Bilinguismo não é nenhuma genialidade! Primeiramente, fora, dúvida!

As duas mensagens das mães que recebi sobre meu poema (leia-o aqui) me motivaram a escrever este e o post anterior. Neste aqui, eu quero dizer para as mamães de bebês e crianças pequenas: primeiramente, fora, dúvida!

Fale sim português, desde a barriga!

Calar em português é deixar passar a oportunidade de suas filhas e filhos ouvirem sua voz emocionada falando de sua infância, do que comia, de que brincava, das cantigas de roda, das rimas etc.

Abdicar de falar português é perder de mostrar outras perspectivas, outras culturas.

É, talvez, privar de um convívio mais próximos com os familiares.

É deixar de presenteá-las com a capacidade de aprender, posteriormente, mais facilmente, outros idiomas.

Portanto, fale português, sim. Cante suas músicas preferidas, a criança sentirá essa atmosfera alegre. E sentir-se bem no ambiente, facilita o aprendizado.

Podendo, participe de grupos de mães, clube do livrinho, festinhas temáticas etc.

Sim, é fácil falar ou escrever.

Um pouco da minha realidade nada romântica: minha filha demorou a falar, me responde muitas vezes no outro idioma. Mas quando estamos apenas entre falantes de português, este idioma predomina.

Alguns assuntos são mais fáceis para ela explicar no idioma do país residente, já que os experiencia no Jardim. Uso a oportunidade para ensinar tal vocabulário também em português, fazendo-a perguntas. Assim, posso perceber, no contexto, quais palavras ela não sabe em português. Mas isto depende do momento, do tempo, da nossa disposição. Não tenho regras e às vezes recebo até respostas nada convidativas para um passeio mais longo pelo parque bilinguista!

Mesmo com leitura, desenho, músicas, de vez em quando, aparece um atrevidonão quero falar português!”

Eu argumento sobre poder falar com a vovó, poder comprar uma tapioca com queijo de coalho derretido, pedir um coco geladinho e um canudinho, assistir ao desenhos e cantar musiquinhas, ler livrinhos em português!

No começo, as frases eram mais fáceis. Agora vamos aprimorando-as, para manter a garota desafiada. Senão recebo um descarado “eu já sei falar isso”! Já brincamos de pedir “uma tapioca”, passamos para “uma tapioca com queijo”, no momento estamos “numa tapioca com queijo de coalho derretido”.

Assistimos a vídeos sobre o Brasil no outro idioma dela. Percebo uma certa surpresa e também orgulho em ela saber que outras pessoas se interessam pelo Brasil. Alguns desses vídeoss reforçam clichês. Mas isto também é uma possibilidade de se falar sobre outras formas de se ver o Brasil. Abordar cliclês pode ser uma oportunidade de quedrá-los.

Enfim, trabalho de formiguinha!

Não é nenhuma genialidade falar mais de um idioma desde criança. Isto é resultado de investir nas oportunidades e manter-se consequente nisso.

Uma criança que passa o dia todo na creche, jardim ou escola terá pouco tempo de convívio diário com o português. Ainda assim, é possível para a mãe ou pai optar por falar  português com ela.

Manter o português interessante aqui em casa é um aprendizado diário para nós duas. E está valendo muito a pena, porque nossos laços de identificação estão sendo entrançados também pela nossa experiência linguística.

Aprender um idioma é atravessar uma ponte para um mundo de possibilidades, sobretudo, culturais. Quero que minha filha tenha a chance de fazer essa travessia da forma mais doce e inesquecível possível!

Danielli Cavalcanti

Foto: London Scout

P.S.: Talvez você goste de ler esses textos aqui embaixo:

Você não fala português com sua filha ou filho? Primeiramente, fora, culpa! E clique aqui!

Sinto muito, mas eu não falo português com minha filha.

Este texto aqui, do blog A mente maravilhosa, pode ser inspirador: Frases que devem ser ditas a suas filhas e filhos.

Se desejar fazer o download ou ler online o livro Sopa de Sapo na versao “leiturinha”, clique aqui.

 

7 comments

  1. Amei Dani ! Q texto maravilhoso! Meu filho tem 2 anos e falo com ele desda gravidez. Como vc escreveu, é uma luta diaria, mas q vale muito a pena. Obrigada pela motivacao dessa forma. Beijos, Andrea

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