Se chove na praia, o mar fica afoito, comendo areia
Ninguém quer ficar por lá
Ninguém vende picolé, ninguém aluga cadeira
Se o sol aparece, mesmo brincando de se esconder
A diversão está garantida
Também o dia trabalho de quem não tem nada a temer
Se você na praia faz castelo, cama e buraco
Não se esqueça de desfazê-los depois
há para quem a praia seja local de trabalho
Imagina, o perigo que é
uma casca de banana no chão de um escritório
Alguém pode escorregar, se machucar
processar a empresa, mas que vexatório
Imagina, o perigo que é
um buraco na areia
Alguém ganhando a vida por lá
Poderá torcer o pé, pé esse sem meia
As contas dela poderão se atrasar
A comida talvez até faltará
E você preocupada em deixar castelo pra sereia?
Danielli Cavalcanti
Photo by Jakob Owens on Unsplash
Gostei, e não sei porque, me deu a impressão de que os pés dessa poesia veem de outros mares, cheira a sol e gente…..
GostarGostar
Obrigada, Sonia! Sim, ela foi vivida na praia de Tambaú, em João Pessoa, na Paraíba, vendo aquelas pessoas valentes fazendo da praia seu ganha-pão. Bj.
GostarGostar