Epidemia brasilis

Epidemia brasilis

Atingimos a crudelíssima marca de cem mil óbitos

A máquina de matar é eficaz

Enquanto massacra, produz capataz

Quantas cem mil famílias sem ritos de despedidas

De seus entes queridos, de pessoas amigas

Quantas cem mil histórias interrompidas

Pela indiferença infecciosa

Pelas ações inescrupulosas

De quem até numa tragédia superfatura

Cem mil vidas banidas

Por quem ignora o presságio

Por quem subestima o contágio

Cem mil vidas silenciadas

Pela necropolítica do Estado

Não, não é apenas um vírus

Não, não é uma gripezinha

É a doença brasil que contagia, aliena, fustiga, maltrata e mata

Impiedosamente

Há quem diga: viva o presidente!

Deixe um comentário